O pedido do Ministério da Fazenda (MF) para a realização do concurso público com 3.500 vagas teve avanços dentro do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Após ficar parado na pasta, o documento com o pedido do concurso Ministério da Fazenda teve duas movimentações no início deste ano e se encontra agora na Coordenação-Geral de Carreiras, Concursos e Desenvolvimento de Pessoas do MPOG.
Concurso Ministério da Fazenda
O MF aguarda autorização para 3.500 postos, sendo 3.000 de assistente técnico administrativo e 500 de analista administrativo.
A solicitação, realizada pela primeira vez em 2014, havia sido devolvida para o Ministério em março de 2015 e foi reenviada ao Planejamento em junho do mesmo ano.
De acordo com informações da coordenação de gestão de pessoas (Cogep) do Ministério da Fazenda, as oportunidades pleiteadas, se autorizadas pelo Planejamento, devem ser liberadas de maneira escalonada até o ano de 2019, já que o pedido foi realizado com base em uma projeção de quantos servidores serão necessários para atender a demanda do órgão pelos próximos quatro anos.
Distribuição das ofertas no Ministério da Fazenda
Os Estados a serem contemplados no concurso Ministério da Fazenda não foram divulgados, mas é bem provável que haja postos em São Paulo (SP) e no Distrito Federal (DF).
Vale lembrar que a última seleção, que ocorreu em 2014 e ainda está vigente, contou com 1.026 colocações para assistente e não apresentou chances para SP e DF, pois, na ocasião, o processo seletivo anterior, de 2012 (com 463 vagas de nível médio distribuídas entre SP e DF), não tinha expirado. Entretanto, a validade deste certame chegou ao fim em novembro de 2014.
O detalhe do processo seletivo que pode ser dado como certo é a escolha da empresa organizadora, que provavelmente será a Esaf (Escola de Administração Fazendária), como de costume nos concursos do órgão. Assim, os candidatos podem ir se preparando com as provas e os editais de seleções anteriores, uma vez que a banca se repete.
Sobre os cargos do concurso do Ministério da Fazenda
A carreira de assistente técnico-administrativo exige certificado de ensino médio, enquanto que a função de analista administrativo necessita de ensino superior completo.
Segundo consta na atual tabela de remuneração dos servidores federais, os vencimentos oferecidos são de R$3.671,82 para assistente e de R$4.884,02 para analista. Nesses valores já está incluso o vale-alimentação de R$373,00.
Defasagem de pessoal
O presidente do Sindicato Nacional dos Servidores Administrativos do Ministério da Fazenda (SindFazenda), Luis Roberto da Silva, afirmou que essa quantidade de postos ainda é insuficiente para preencher o déficit de pessoal do órgão, que cresce anualmente.
Silva comentou que a rotatividade no Ministério da Fazenda é cada vez maior. “Grande parte das pessoas que prestam o concurso tem idade entre 20 e 23 anos e está cursando o nível superior ou até mesmo já concluiu”, disse o presidente ao explicar que este é um dos motivos da alta defasagem de pessoal.
Antigamente, os concursandos ficavam muitos anos ocupando o cargo público, mas, hoje, eles buscam melhores oportunidades de trabalho, ou seja, prestam outros concursos.
Para o presidente do SindFazenda, as alternativas para melhorar a situação são a reestruturação da carreira Pecfaz (Plano Especial de Cargos da Fazenda) e a abertura de novos concursos para contratar servidores.
Luis Roberto da Silva disse que diversas são as consequências para o alto índice de defasagem de servidores e uma delas é a demora no atendimento. O presidente continuou a explicar que hoje o órgão sofre com “filas virtuais” – isto significa que as unidades físicas com profissionais administrativos não têm longas filas com milhares de cidadãos à espera do atendimento devido ao fato que tais pessoas aguardam para retirar a senha na internet, o que pode demorar muito tempo.
As oportunidades solicitadas ao Planejamento deverão ser preenchidas nas próprias unidades do Ministério da Fazenda e da Receita Federal do Brasil (RFB). Não foram divulgadas as regiões que podem ser contempladas, mas, segundo Luis Roberto, a falta de servidores é nacional.
Fonte: Agência JC&E